Cipriano sai por razões políticas
Nadjara MartinsApós dois anos a frente da Secretaria Municipal de Saúde, o médico Cipriano Maia deixou ontem (30) a titularidade da pasta. A sucessão municipal de 2016 foi um dos motivos apontados por Maia para se afastar do cargo. Em coletiva de imprensa, o ex-secretário afirma que o próximo gestor, Luiz Roberto Fonseca, encontrará a SMS com R$ 50 milhões em caixa. Entretanto, as dívidas com fornecedores e serviços terceirizados somam R$ 35 milhões. A gestão também deixa em aberto o concurso público para a saúde, que só deve ser realizado ao final deste semestre.
Humberto Sales
Cipriano Maia fez balanço da gestão e afirma
que novo titular assumirá uma pasta reestruturada
Filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), o médico Cipriano Maia enfrentou pressão e até ameaças de desfiliação por parte do partido, que não apoiava a candidatura de Carlos Eduardo Alves à Prefeitura de Natal. De acordo com Maia, as primeiras articulações políticas para as eleições municipais de 2016 foram a causa para o afastamento do cargo da SMS.
“Quando entrei no governo, entrei no contexto de uma aliança do PT. Quando, no processo eleitoral isso se configurou de forma distinta, eu não me senti à vontade, mesmo tendo uma boa relação com o prefeito. Desde outubro deixei comunicado que iria me desvincular por ordem pessoal, profissional e política. Os arranjos políticos que se configuraram pós-eleições poderiam trazer incômodo para mim e até para o Prefeito, dentro do projeto político dele. Além disso, a carga emocional e de estresse me levaram a tomar essa decisão”, justificou. De acordo com Maia, ele não sofreu pressões políticas para afastar-se.
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