Ode ao jumento
Yuno Silva“Tomado por um sentimento de impotência, cheguei à triste conclusão de que Era uma vez o nosso litoral! Era uma vez o nosso povo! Era uma vez a esperança de um Brasil gigante, civilizado e exuberante! Assim, à medida que me aprofundava neste trabalho, conversava com as pessoas e documentava as realidades do sertão e litoral, fui compreendendo que o abandono dos jumentos simbolizava o descarte de uma cultura e valores que não precisariam ser desprezados em nome do desenvolvimento”, desabafa o fotógrafo Marcelo Buainain no editorial do livro “Era uma vez...”. O lançamento está agendado para o próximo dia 11 (quinta), às 19h, na Pinacoteca do Estado, e acompanha exposição homônima.
Marcelo Buainain
Fotógrafo Marcelo Buainain
transforma em livro seu desabafo diante do abandono deste animal símbolo da cultura nordestina
Contemplado pela Funarte com o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, Buainain denuncia a situação precária de quase extermínio e a falta de atenção de órgãos públicos com o mais dócil e servil dos animais. “É preciso estabelecer uma relação de gratidão com o jumento. Foi o animal que mais prestou serviços à humanidade e Jesus não o escolheu por acaso: poderia ter montado um cavalo, mas preferiu ressaltar a humildade e a servidão que o jegue representa”, disse o fotógrafo, informando que o jumento é o bicho mais citado na Bíblia: 133 vezes.
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