segunda-feira, 28 de julho de 2014

Hepatite C: boas novas

Isaac Ribeiro*
repórter
Hoje, 28 de julho, é o Dia Mundial das Hepatites. E a data chega com boas novas na área de tratamento não só para pacientes diagnosticados, principalmente com o tipo C, mas para toda a população, de uma forma mais ampla, já que por ser uma doença silenciosa e assintomática em sua fase aguda, é um problema de todos.

E as boas novas foram propagadas durante o pré-lançamento da campanha “45+”, para aumentar o foco da hepatite C e cujo principal foco é a população acima dessa idade.

Representantes da Sociedade de Hepatologia, da Sociedade Brasileira de Infectologia e da Associação Médica Brasileira reuniram representantes da imprensa nacional para apresentar novidades em tratamento e novos medicamentos. A ação aconteceu durante o Congresso Hepatologia do Milênio, realizado ao longo da semana passada, em Salvador (BA). O TN Família estava lá. 

Novo tratamento

De acordo com a literatura médica, a atual forma de tratar a hepatite C dura cerca de 48 semanas e sua eficácia fica entre 20% e 45%, variando conforme o estágio da doença e o do próprio paciente. Durante o encontro, José Eduardo Neves, diretor médico da AbbVie, empresa biofarmacêutica que desenvolve o novo padrão de tratamento, apresentou as novidades. No novo estudo, 92% dos pacientes, inclusive com cirrose, eliminaram o vírus depois de 12 semanas com o novo regime. Depois de 24 semanas, essa porcentagem subiu para 96% com “resposta virológica sustentada”.

Um dos grandes trunfos do novo tratamento é não usar o medicamento chamado interferon, injetável, que hoje é usado por 48 semanas, combinado com outro chamado ribavirina, oral.

“As taxas de eficácia desse tratamento são relativamente baixas. Os estudo clínicos dizem em torno dos 50%, mas na vida real, onde você tem uma série de questões, inclusive de aderência — você pode imaginar tomar injeção e comprimido por 48 semanas?”, comenta José Eduardo.

O novo tratamento combina três mecanismos: ABT450, ombitasvir e dasabivir, e poderá estar disponível na Europa no primeiro trimestre de 2015; e no Brasil está em fase de teste e aprovação pelos órgãos regulatórios. Os resultados têm mostrado poucos efeitos adversos no novo regime e uma maior taxa de adesão.

*Repórter viajou  a convite do evento. 

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