quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Ministério da Saúde e ANS criam normas para reduzir número de cesarianas

Duas resoluções para tentar reduzir o número de cesarianas desnecessárias serão colocadas em consulta pública a partir desta quarta-feira (15) pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o percentual de partos cesáreos que existem na rede privada deveria ser o de parto normais.

"Precisamos inverter essa situação, senão a vida vira uma mercadoria. A natureza deu nove meses para que a gestante se prepare para o parto. Respeitar a mulher é acima de tudo disponibilizar a ela todas as informações sobre o parto normal e fazer com que o parto cirúrgico seja adotado apenas quando indicado”, explicou Chioro

Entre as medidas sugeridas pela ANS está a ampliação do acesso à informação pelas beneficiárias dos planos de saúde, que poderão solicitar as taxas de cesárea e de partos normais nos hospitais ou consultórios médicos, independente de estarem grávidas ou não. Além disso, as resoluções ainda preveem a apresentação do partograma, com as anotações do desenvolvimento do trabalho de parto, condições maternas e fetais.
Rodrigo Senna/TNAtualmente, cesarianas correspondem a 84% dos partos na rede particular 
 Atualmente, cesarianas
correspondem a 84% dos partos na rede particular

“O partograma vai mostrar a evolução do parto, com as informações sobre dilatação, contrações, que vão auxiliar inclusive na troca de plantão médico. Com o documento, será possível identificar a realização das cesárias sem indicação médica. No entanto, mais do que adotar medidas coercivas, a ANS acredita que é necessária uma mudança de cultura. A Agência vai fiscalizar essas ações assim que as resoluções entrarem em vigor e contamos com o apoio das mulheres nesse processo”, explicou o diretor-presidente da ANS, André Longo. 

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