Presa em Jardim do Seridó
Cascão e Mancuzinho sendo conduzidos para o Presídio
Ao longo da manhã de hoje equipes da
Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar, sob a coordenação do
Ministério Público Estadual, cumpriram mandados de prisão, de busca e
apreensão e de condução coercitiva para desarticular uma organização
criminosa atuante na região do Seridó do Rio Grande do Norte.
Os crimes investigados são: constituição
de milicia privada, homicídios, tortura, tráfico de drogas e associação
para tal, corrupção ativa e passiva, entre outros. Os mandados foram
compridos nas cidades de Caicó, Jucurutu, Florânia, Tenente Laurentino
Cruz, Jardim do Seridó e Jardim de Piranhas.
Ao todo 16 mandados de prisão, 65 de
busca e apreensão e 04 de condução coercitiva fora expedidos para serem
cumpridos em 6 municípios da região, incluindo propriedades rurais.
Equipes do Bope e do Noe com especialização em operação na caatinga
participam das ações e também equipes com cães farejadores. Participaram
ainda 14 promotores de Justiça, no total de 250 profissionais atuando
na operação.
De acordo com as investigações, os
irmãos Henrique José Torres Lopes, conhecido como “Henrique de Barra” e
Jorge Eduardo Lopes, o “Jorge de Barra”, seriam as lideranças do grupo,
utilizando propriedades rurais para proteger foragidos da Justiça, dando
apoio a autores de crimes, prática reiterada que ia desde esconderijo a
contratação de advogados. Ambos são empresários do ramo de combustíveis
e agropecuaristas na região.
Foram identificados dentre os foragidos
que estiveram nas propriedades as pessoas de Fernando Pereira Soares,
preso recentemente e investigado por 4 homicídios. Carlos Wiliano da
Silva, conhecido com “Sula”, que tem mandado de prisão por crimes
cometidos em Jardim de Piranhas; Messias Alves Dantas, condenado por
crimes no estado da Paraíba e, mais recentemente, o grupo teria dado
apoio para a fuga de Bartogaleno Alves Saldanha, foragido de Alcaçuz,
condenado por vários crimes na região Oeste do RN.
O empresário “Henrique de Barra”, já
responde por vários homicídios na Vara Criminal da Comarca de
Macaíba/RN, por fato ocorrido no ano de 2005, quando teria assassinado
Robson Maurício Oliveira, tendo permanecido foragido, conseguindo um
habeas corpus no Supremo Tribunal Federal para responder em liberdade.
Já, Jorge Eduardo Lopes, é investigado pelo homicídio do caicoense,
Isaac Soares de Oliveira Torres, fato ocorrido no dia 25 de maio de
2013, em propriedade na zona rural da cidade de São Fernando/RN.
O nome “Operação Coiteiro”
O nome de batismo da Operação, remete a
uma expressão de uso tipicamente sertanejo, referente à conduta de “dar
coito”, que significa a ação de articular esconderijo, dar apoio
logístico (alimentação, dormida, deslocamento), financeiro, lobby,
proteger, etc, a foragidos da Justiça, ou a pessoas respondendo a
processos e com histórico de valentia, apto a causar temor a populares
ou a atividades criminosas em geral.
Em troca, o “coiteiro” tem a seu dispor,
em suas propriedades rurais, um grupo de homens temidos e dispostos,
advindos dessa relação em espécie de comensalismo, tirando o “coiteiro”
grande proveito, por imporem tais “colaboradores” medo, verdadeiro pavor
efetivo ou potencial, a populares em geral e particularmente a
devedores de transações privadas, bem como a possíveis autores de furtos
em suas propriedades e até mesmo aos próprios trabalhadores de tais
fazendas.
Tiveram novas prisões decretadas os já
detentos Robson Fabiano Lopes de Araújo e Renato Oliveira dos Santos, os
quais colaboraram com os ramos do grupo por meio de telefones celulares
a que tinham acesso dentro dos presídios. O juiz de Caicó, determinou o
recolhimento de todos os presos na Operação no Presídio de Nova
Cruz/RN, onde a localização da unidade em área rural, não há cobertura
de celulares.
Lideranças do tráfico são presas
Na base da organização criminosa há
intrínseca relação entre a pistolagem e o tráfico de drogas, dentre
outros crimes, ramificando o tráfico a partir de Caicó para outras
cidades do Seridó.
Em Caicó, a Operação prendeu Aldson
Vieira de Souza, conhecido como “Cascão” e Dárlison Lima Queiroz,
conhecido como “Macuzinho”, que de acordo com as investigações seriam
lideranças do tráfico nos bairros Walfredo Gurgel e Paraíba.
Na cidade de Florânia foram presas
Klébia Monteiro Anulino e Joedson Silva do Nascimento e, em Jardim do
Seridó foi presa Regina das Virgens dos Santos e Fernando Cloves de
Macedo.
Diligências resultam em 13 flagrantes
Em dados parciais, no curso da operação
foram realizadas 13 prisões em flagrante, sendo 02 por tráfico de drogas
e 11 prisões por posse ilegal de armas de fogo. viasidneysilva
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