Sem água... resta a esperança
Roberto Lucena - RepórterNão adianta abrir a torneira. O gesto simples e corriqueiro para a maioria das pessoas foi subtraído da rotina de milhares de norte-rio-grandenses. Há mais de um mês, o sistema de abastecimento de pelo menos nove cidades entrou em colapso. Com mananciais secos, gestores municipais são obrigados a impor políticas de contingenciamento. Em Ipueira, a 305 quilômetros de Natal, o “vale água” faz o controle do fornecimento de 40 litros de água potável por dia. Enquanto outros municípios correm o risco iminente de enfrentar situação idêntica, a execução de obras de infraestrutura hídrica sob responsabilidade do Estado e União caminha em letargia.
O colapso no abastecimento é uma das consequências mais graves da estiagem que devasta o Rio Grande do Norte desde o ano passado. Inicialmente, a produção agrícola foi limada. Não demorou muito e o gado definhou até a morte. Cemitérios de animais se espalharam por várias cidades. Dados da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faern) apontam redução de 70% na produção de alimentos e perda do rebanho superior a 40%.
Júnior Santos
O pecuarista José Vieira recolhe água salobra
para oferecer ao gado
Sem chuva e sob sol forte, os reservatórios não resistiram à evaporação. O volume d’água caiu vertiginosamente e o colapso anunciado foi inevitável.
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