sexta-feira, 30 de dezembro de 2016


Colapso hídrico no RN

A mais longa e severa estiagem da história do Rio Grande do Norte está fazendo o maior reservatório do estado secar. Diversos municípios estão em situação de emergência e alguns já entraram em colapso, sem nenhuma água. O G1 visitou sete cidades onde os canos estão secos ou há rodízio de água – em uma delas, até uma cidade submersa pela represa reapareceu. A seca afeta moradores, a produção agropecuária e até o PIB do estado.

Seca histórica

A falta de chuva nos últimos anos fez a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, que abastece 34 cidades do Rio Grande do Norte, ficar com apenas 15% de sua capacidade. Se não chover logo, ela pode entrar no volume morto em 6 meses, e comprometer ainda mais a distribuição de água. O nível atual é o mais baixo desde que a barragem foi inaugurada, em 1983, segundo o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs). A última vez que a barragem sangrou – ou seja, teve mais água que sua capacidade máxima e houve escoamento – foi em 2011.
A barragem tem capacidade para 2,4 bilhões de metros cúbicos de água, e abastece atualmente municípios das regiões Oeste, Central e Seridó do estado. Cinco entraram em colapso recentemente e três permanecem – ou seja, a empresa responsável interrompeu o fornecimento e suspendeu a cobrança da conta. Isso ainda acontece em Tenente Laurentino Cruz, Bodó e Lagoa Nova. Outras 28 cidades estão no regime de rodízio de água.

Dos 167 municípios do estado, 153 estão em situação de emergência, e 20 estão com o abastecimento cortado. Em outras 73, foi preciso adotar sistemas de rodízio para que a oferta não fosse totalmente cancelada. Os cinco anos de chuvas abaixo da média desestruturaram as cadeias produtivas, afetando inclusive as exportações e a arrecadação de impostos.

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