'O boi teve o rabo arrancado': proibição da vaquejada abre polêmica
Crueldade ou respeito a tradição? Decisão do STF divide opiniões e ameaça uso de animais em festas populares no Brasil.
Nas
vaquejadas, cavaleiros derrubam bois em busca de prêmios; tradição no
Nordeste está em xeque após decisão do STF (Foto: Divulgação/Tatiana
Azeviche/BBC)
Noite de maio de 2015 no parque Alto Sereno, em Serrinha (BA). Cerca de
2 mil pessoas assistem a dois homens montados em cavalos perseguirem um
boi com o objetivo de derrubá-lo numa faixa de areia, puxando o animal
pelo rabo.O boi, que passou o dia tendo que fazer a mesma coisa, é jogado ao chão com as quatro patas para cima, e sofre um "desenluvamento" - nome técnico dado ao arrancamento do rabo, a retirada violenta de pele e tecidos da cauda.
O episódio ocorreu durante uma vaquejada, tradição secular no Nordeste que tem origem em disputas de vaqueiros no sertão. Em eventos que costumam durar quatro dias, cavaleiros derrubam bois em busca de prêmios em dinheiro.
No parque Alto Sereno, por exemplo, as premiações chegam a R$ 50 mil. Além de competições, há leilões de cavalos, shows musicais, escolha do rei e da rainha da vaquejada, entre outras atividades.
Segundo a Associação Brasileira de Vaquejadas (Abvaq), a atividade no Nordeste movimenta R$ 700 milhões por ano e gera 750 mil empregos (diretos e indiretos).
A existência desses eventos, no entanto, está ameaçada no Brasil em razão de uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nenhum comentário:
Postar um comentário