Pescadores contam momentos de terror em barco potiguar atacado; 'a gente pensou que ia morrer'
Entre os tripulantes há três pescadores do Rio Grande do Norte, todos de São Miguel do Gostoso.
Por Kleber Teixeira e Anderson Barbosa
Pescadores atacados por embarcação estrangeira chegaram a Natal neste domingo (25) — Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi
Os tripulantes do navio atuneiro potiguar que foi atacado por um barco chinês na quinta-feira (22)
chegaram a Natal neste domingo (25). Três dos 10 homens que estavam na
embarcação Oceano Pesca I são de São Miguel do Gostoso, e um deles
relatou o susto. “Na hora, a gente pensou que ia morrer”.
O gostosense Lucivaldo Batista disse que ele e os colegas chegaram a
pedir para que os chineses não atacassem. “Na hora do impacto o barco
encheu de água, todo mundo achou que ia morrer. Choramos, ajoelhamos,
pedimos a eles para não fazer aquilo com a gente e ficamos pedindo a
Deus, só esperando”, relata.
“Muito assustador”, resumiu o cearense Vanaldo Morais, operador de
máquinas do atuneiro potiguar. “Quando ele chegou aqui, começou a
desacelerar o barco dele e jogar parafuso, e fez a volta, para bater na
gente”, lembra.
A tripulação conseguiu resistir ao ataque e voltar no próprio barco.
O ataque
O navio atuneiro potiguar tem cerca de 22 metros de comprimento e o
chinês o dobro do tamanho. O ataque aconteceu a 420 milhas da costa
brasileira (676 quilômetros), já em águas internacionais. Não houve
feridos.
“Está acontecendo uma guerra no mar, uma guerra pelo atum”, disse Gabriel Calzavara, presidente do Sindpesca.
O sindicalista contou que o navio chinês bateu propositalmente no
Oceano Pesca I, que é o nome da embarcação potiguar. “Por rádio, o
comandante chinês disse, em português, que iria mandar ao fundo o navio
brasileiro. E começou a se aproximar muito rapidamente, até bater”,
afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário