As ‘noruegas’ e ‘vietnãs’ de Natal
Roberto LucenaMundos diferentes dentro do mesmo espaço geográfico. O que os olhos dos natalenses já constatam todos os dias, foi comprovado pelos números do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, divulgado na última terça-feira (25). Dados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) revelam que, em Natal, uma simples avenida divide realidades díspares e mostra a dicotomia social existente. De um lado, bairros com taxas equivalentes a países europeus. Do outro, o cenário lembra países subdesenvolvidos.
Emanuel Amaral
Diferenças sociais e urbanas são
confirmadas em números
Da cobertura de um hotel localizado na esquina da avenida Getúlio Vargas com a avenida Desembargador Dionísio Filgueira – endereço de alguns apartamentos mais caros da cidade –, é possível observar as diferenças que compõem o cenário urbano de Natal. No alto, o “paredão” de prédios imponentes do bairro nobre de Petrópolis promovem aos moradores abastados o privilégio de ter o Oceano Atlântico enquadrado nas janelas de vidro. Lá embaixo, são os tetos alaranjados das residências dos bairros de Santos Reis e Brasília Teimosa que chamam atenção.
Chegando mais perto e caminhando nas ruas de ambos locais, as diferenças ficam mais perceptíveis e exemplificam os números divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) após estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e Fundação João Pinheiro. De acordo com o Atlas, os bairros de Petrópolis, Tirol e Areia Preta lideram a lista de unidades de desenvolvimento humano com melhor IDHM em Natal. Santos Reis, Brasília Teimosa e Vietnã estão na outra extremidade, ocupando posições preocupantes.
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