Sem penas para jovens infratores
Felipe Galdino - Repórter“Há uns cinco anos o sistema vem se deteriorando e, neste ano, praticamente chegamos ao fundo do poço, pra não dizer que chagamos”. As palavras do juiz José Dantas de Paiva, coordenador estadual da Justiça para a Infância e a Juventude, refletem o cenário atual e dos últimos anos do sistema socioeducativo potiguar. Para se ter uma ideia, segundo o magistrado, apenas neste ano, em Natal, 50 menores em conflito com a lei que cometeram alguma infração grave (homicídios, assaltos) e deveriam estar em sistema fechado, foram liberados por falta de vagas nas unidades. Outros 450 jovens que cometeram crimes mais brandos, estão cumprindo a chamada liberdade assistida, sendo acompanhados apenas com atendimento socioeducativo.
A Justiça, segundo o magistrado, já bloqueou mais de R$ 5 milhões para as reformas de reestruturação das unidades socioeducativas, mas pouco foi feito, na prática, para abrir vagas de internação ou assistência. “Por falta de manutenção, falta de investimentos e, sobretudo, falta prioridade por parte do Governo do Estado, as unidades começaram a se deteriorar. No aspecto físico e material as unidades todas com a parte elétrica e hidráulica comprometidas, prédios antigos feitos há mais de 30 anos e que não atendem mais as necessidades atuais da pedagogia no atendimento ao adolescente infrator”, critica o juiz José Dantas.
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