Fotos: Wallacy Medeiros
Vilma Aparecida demonstra desenvoltura nas suas caminhadas na água e, o mais importante, sozinha, sem ajuda, sem bóia, cadeira ou bengala |
O Acidente Vascular Cerebral
(AVC) é uma das principais causas de morte no mundo e no Brasil. De
acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença
cerebrovascular atinge cerca de 16 milhões de pessoas ao redor do globo a
cada ano. Os mais graves, quando não levam o paciente à morte, o deixa
num estado de absoluta dependência.
Os sintomas são os mais
diversos: alterações comportamentais e cognitivas, dificuldades na fala,
dificuldade para se alimentar, constipação intestinal, epilepsia
vascular, depressão e outras implicações decorrentes da imobilidade e
pelo acometimento muscular. Os tratamentos exigem tempo e paciência.
Pensando nisso, o professor de Educação Física e especialista em Ciências do Esporte da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Raimundo Nonato Nunes resolveu auxiliar o tratamento de pessoas acometidas pelo AVC.
A técnica, batizada como Caminhágua, pode ser resumida em sessões de
caminhadas realizadas dentro de uma piscina. “Dentro da água, o corpo
fica mais leve e dá para exercitá-lo com mais eficiência. A musculatura
trabalha mais, sem a desvantagem do impacto”, explica o professor.Pensando nisso, o professor de Educação Física e especialista em Ciências do Esporte da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Raimundo Nonato Nunes resolveu auxiliar o tratamento de pessoas acometidas pelo AVC.
A iniciativa já apresenta bons resultados. Prova disso é o caso de Vilma Aparecida, de 58 anos, que sofreu um acidente vascular há três meses. Após o susto e uma internação de oito dias, apresentou dificuldades para andar e falar. Há duas semanas, resolveu procurar o tratamento de hidroterapia na UFRN e já mostra uma evolução motora.
Vilma, que começou as aulas timidamente, amparada pelo marido, Carlos França, e sem conseguir andar sozinha, hoje demonstra desenvoltura nas suas caminhadas na água e, o mais importante, sozinha, sem ajuda, sem bóia, cadeira ou bengala. “Quando estou dentro da piscina, esqueço que estou doente”, afirma. Vilma ainda precisa de auxílio para caminhar fora da água, mas já ensaia seus passos independentes pela casa.
A melhora da paciente não envolve apenas a piscina. Antes de começar as aulas, Vilma tem um atendimento diferenciado com o professor, uma espécie de fortalecimento da musculatura “esquecida” devido ao acidente. Com exercícios de força, puxões, pressão e empurrões, Raimundo Nonato tenta refazer as ligações nervosas perdidas pelo AVC. O método tem apresentado resultados. “Ela chegou aqui com o braço esquerdo completamente esquecido e hoje ela consegue responder a estímulos e movimentar esse membro”, explica o educador.
De acordo com Raimundo Nonato, criador e coordenador do projeto há sete anos, os benefícios são muitos: melhora da qualidade do sono, queima calórica, redução de taxas, melhora da hipertensão e das atividades motoras |
Caminhágua
As sessões de Caminhágua acontecem diariamente na piscina da UFRN, das 18h às 20h. Além de Vilma Aparecida, o projeto tem um grupo de alunos bastante variado: obesos, hipertensos, diabéticos, portadores de Parkinson e de problemas renais. São mais de cem pessoas – jovens e idosos – que estão sob a orientação do professor. Cada um tem uma necessidade particular e um tratamento individualizado, tudo para facilitar a conquista das metas pessoais de cada um.
De acordo com Raimundo Nonato, criador e coordenador do projeto há sete anos, os benefícios são muitos: melhora da qualidade do sono, queima calórica, redução de taxas, melhora da hipertensão e das atividades motoras. As aulas são abertas à comunidade. Para participar, basta que os interessados procurem o professor, no Departamento de Educação Física. Não há restrição de idade.
Sessões de Caminhágua acontecem diariamente na piscina da UFRN e atendem mais de cem pessoas
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