Documento mostra parceria com Sandro
Rosell no período em que o ex-presidente da CBF movimentou meio bilhão
de reais
FILIPE COUTINHO
Ricardo Teixeira é um craque. Ele foi presidente da Confederação Brasileira de Futebol, a CBF, por 23 anos, entre 1989 e 2012. Nos últimos quatro anos como cartola, acumulou ainda o cargo de presidente do Comitê Organizador Local da Copa. Nesse mesmo período, Teixeira movimentou em suas contas R$ 464,56 milhões, como ÉPOCA revelou no dia 1º. Quase meio bilhão de reais. É uma bolada digna de um grande time de futebol –
o Flamengo, por exemplo, faturou R$ 347 milhões em 2014. A fortuna
movimentada por Ricardo Teixeira foi rastreada pelo Conselho de Controle
de Atividades Financeiras, o Coaf. A descoberta do
Coaf foi incluída num inquérito da Polícia Federal do Rio de Janeiro. Em
janeiro, nesse inquérito, a PF indiciou Teixeira por lavagem de
dinheiro, evasão de divisas, falsidade ideológica e falsificação de
documento público, conforme revelou a reportagem do site de ÉPOCA. Os
investigadores convenceram-se de que ele cometera esses crimes numa
operação de compra de um apartamento. Teixeira pagou R$ 720 mil pelo
imóvel – mas o preço real era de R$ 2 milhões.
Agora, um documento obtido por ÉPOCA mostra uma nova linha de investigação. Trata-se de uma carta que aponta Teixeira como sócio oculto de duas empresas, em parceria com um personagem notório do mundo da bola: Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona.
É a primeira vez que aparecem evidências de um laço societário entre
Teixeira e Rosell. Trata-se de um evidente conflito de interesses.
Teixeira chegou a presidir a CBF enquanto Rosell era o dirigente da Nike
que cuidava do contrato com a entidade. O empresário Cláudio Honigman,
parceiro de Teixeira e Rosell, completa o trio. Rosell e Honigman
também foram indiciados pela Polícia Federal em janeiro, no caso do
apartamento e outras operações. >> Ricardo Teixeira também é suspeito de receber propina
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